segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A falta.

Veja bem, não é exagero não, é só meu coração que te chama pra perto.
Olha só, não briga não, a culpa não é nossa se o vento muda a direção.
Ei, espere aí, não vem com essa de me mandar sair daqui, porque eu não vou.

Pára, 'cê sabe que não é drama, não sou criança, mas meu coração é bem novo.
Moça, hoje eu vivi uma coisa estranha, é uma solidão tamanha e tanta coisa que preciso fazer.
Presta atenção, hoje fui na padaria comprar pão e quase trouxe pra casa um sonho.
Que novidade, tenho hoje que estudar, mas aí falta tempo pra procurar emprego,
ganhar dinheiro pra gente casar.

Então vem cá, senta, deixa eu te contar sobre o meu dia turbulento.
Sabe o Rio de Janeiro? Aquele caos eu que causei,
Causei sim, porque pensei que não haveria tempo nesse dia tão corrido pra pensar na moça.

Matei gente que dizia que você não ia aparecer,
Queimei os ônibus que não me levariam até você.
Queria mesmo é explodir a ponte do Rio Niterói, de nada ela me serve, não é caminho até você.

Nossa, nem te contei.
O dia foi corrido, e todo mundo quando me viu, correu.
Eu tava feia, andava torta e desarrumada.
Cigarro na boca pra bronzear os pulmões. Óculos escuros pra esconder a insônia.

Mas moça, meu coração bateu a cada instante.
E por mais que esse dia tenha sido estressante, eu pensei em você.
Na verdade, eu só pensei em você, o resto eu causei sem pensar.