terça-feira, 17 de maio de 2011

16 dias de caminhada

Enquanto andava, cabisbaixa, me sentia caminhando em direção ao fim, mas essa caminhada se tornava cada vez mais difícil e cansativa, à medida que, a cada passo, meu coração ficava mais pesado.
Continuei andando e, quando mais perto do fim eu ficava, mais os meus pensamentos se embaralhavam. Então parei e me perguntei: E se eu quiser voltar?
Diante desta situação passei a deixar pedaços de nossas lembranças para marcar o caminho de volta e pensei: Quando eu voltar, SE eu voltar, eu as pego de volta e guardo em um lugar que só a gente conhece.
Parece que comecei a acelerar meus passos, por quê? Talvez eu não queira chegar lá, talvez eu não queira o fim, agora!
Continuei seguindo... Percebi que agora havia barulhos, mas eles me incomodam! Será que isso significa alguma coisa? Por que tudo tem que ter um significado? E por que não ter? Por que um sentimento nem sempre é sincero? Por que as mentiras? Por que não a sinceridade? Não seria mais fácil? Talvez não, mas nunca disseram que seria.
A verdade é que eu tenho medo das respostas dessas perguntas, afinal, quem não teme ao desconhecido?

Texto de: @caapero .

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Alma.

Há quem diga que as coisas são passageiras e há quem diga que é loucura acreditar que, de algum modo, o que é nosso nunca se vai completamente. Eu ando tendo os olhos cansados e quase completamente míopes, minhas costas andam doendo mais que o normal e minha pele envelhece a cada respiração. Meu coração se quebra a cada manhã, e às vezes, em vão, passo o dia todo consertando-o para que fique pelo o menos noventa e cinco por cento inteiro.
Pode ser que amanhã seja um dia bom, mas quem dirá que não será apenas um: Hello, who are you and it comes from? - Disso, eu já não tenho dúvidas, a vida anda me pregando peças das quais eu me enrosco só de imaginar em sair de cada armadilha.
A escrivaninha ainda continua como eu a deixei da última vez, toda bagunçada. O seu casaco descansando debaixo dos cobertores que me aquecem durante a madrugada fria. Why not come whole? Talvez seja pelo fato de faltar pedaço em todos nós. Somos, e sempre seremos, fragmentos do ser humano que fomos ao nascer. A vida desgasta a gente, e a gente perde a paciência com a vida.
Não é a sola dos sapatos em si, é a sola no pé que chega a ficar em carne viva de tanto caminhar sem destino algum. Eu caminho por caminhar, nunca pensei em parar em algum bar ou esquina, sempre sai com o intuito de encontrar com a minha solidão, seja ela numa dose de bebida ou na fumaça do cigarro que estou prestes a acender.
Ai eu paro e penso: E se eu me cansar de caminhar, ou, e se as minhas pernas cederem e não aguentarem mais o meu peso, que, apesar de pouco, ainda sim é um peso? Uma cadeira de rodas que suporta a alma seria uma boa idéia, mas acho que ainda não inventaram.
Se eu pudesse ser alguém agora, seria o maior inventor do século. Inventaria a máquina que apaga lembranças e substitui elas por ilusões das quais nos deixam calmos. Eu sei que é impossível, mas não tá pagando nada pra sonhar.
Talvez amanhã, ao amanhecer você me ligue, e eu apenas diga: Hello, i love a bit. - Mas talvez eu não diga nada e meu silêncio signifique: Why not get a little more? - É tudo uma questão da alma, não sei como ela vai acordar após seus sonhos dessa noite. Não entendo nada de mim, quem dirá, de almas.