terça-feira, 19 de abril de 2011

Menina bordada.


... E então eu cheguei ao ponto do qual um dia eu temi: O de não poder mais lutar contra tal sentimento e anseio daquilo que um dia desconheci. Mas eu te conheço tão bem, te quero tão bem que me esqueço dos dias em que eu já fui só. Só solidão, só vazio, nada.
Desde então, fugi. Corri o mais rápido que pude daquilo que é denominado: Amor. Daquilo que não há como ser explicado com palavras humanas e que, mesmo havendo uma explicação, eu não saberia usar a concordância das palavras diante da moça.
Mas olha, não haveria modos de explicar. Iria se tornar clichê se chegássemos e disséssemos o que o amor é. Não seria real se pudesse ser comparado a uma flor bem viva ou a um objeto, ele simplesmente existe até no mais sujo coração.
As borboletas no estômago trabalham nessa parte pra gente, porque, quando elas batem as asas e você as sente, pode crer que é real. Tão real a ponto de parecer mentira. Quando na realidade, você anda tão sonhador, tão contente que chega ao ponto de não saber se acordou ou ainda está dormindo. Vai ver eu te esperei por um bocado de tempo. Vai ver era da moça que eu sentia saudade, não era uma saudade só de mim.
Então eu deixo de lado e começo a sentir. Conforme o tempo passa as borboletas se rebelam ainda mais e não se cansam. O frio da barriga não me incomoda, nunca me incomodou. Ele me lembra que, lá longe, ela me espera. Ai eu sorrio e peço, quase imploro: Moça, por favor, cuida bem de mim.


quinta-feira, 7 de abril de 2011

O Rio de Janeiro não continua lindo.

Hoje o Brasil foi palco de um espetáculo inédito chamado ódio. O coração do brasileiro há tempos não é mais tão tropical como costumava ser, e no lugar de turistas andamos recebendo cada vez mais policiamento e balas perdidas.
O Rio de Janeiro costumava ser lindo, cheio de Sol e de gente transitando pela praia, mas isso, hoje em dia, pode-se ser visto apenas nas telas das tv's onde as novelas só nos mostram o que menos existe.
Sangue de criança inocente fora derramado, crianças que estavam ali com um único propósito: Ser alguém melhor na vida. Pais e mães que beijaram o rosto de seus filhos antes de irem a escola e, ao invés de buscarem elas na mesma estão a caminho do IML retirar os corpos dos pequenos.
E aquele almoço, que talvez nem fosse o melhor almoço do mundo, do qual sentariam todos numa pequena mesa e conversariam sobre como havia sido o dia de cada um, foi trocado por dor e um vazio que jamais será preenchido.
Cadê aquela sociedade correta da qual todos dizem ser? E a segurança que prefere proteger políticos corruptos ao invés de crianças sem força alguma pra lidar com tal tragédia?
Pudera hoje, ser primeiro de abril e isso tudo resumir-se em apenas uma pequena peça pregada pelos jornalistas do país, mas não, é a realidade em que vivemos hoje em dia, da qual não temos segurança nem mesmo dentro de nossas casas.
Que a paz e o conforto entre na casa das famílias que, hoje, tiveram sem aviso um buraco cravado no peito, um buraco que dói e sangra mas ninguém vê. Não há curativos, é como perder um braço e nenhum braço mecânico ser bom o bastante para substituir o braço de carne e osso.
Que os políticos, ao invés de roubar do povo e comprar carros e sutians blindados pras suas esposas, coloquem segurança nas ruas das cidades do país. Que as pessoas sejam sensatas e não assassinas. Que isso nunca mais aconteça, porque não será sempre que o nosso "Super Homem" (O Policial que imobilizou o assassino) vai estar por perto. Ele não voa, e da próxima vez pode estar longe demais pra atender o próximo chamado.