Pelas estatísticas de como se deve construir uma sociedade, estamos nós aqui, fora de qualquer argumento ou intenção de participar da mesma. O motivo: Somos diferentes.
Estamos do lado de cá, praticamente expulsos daquela sociedade politicamente correta e perfeita, mas não ligamos nem um pouco. Viveremos no exílio à aceitar regras, e isso é uma afirmação, não é apenas uma ameaça.
Querem travar uma guerra, vão em frente, nós não vamos lutar. Querem nos castigar? Continuem, não queremos revidar também.
É que esse protótipo de sociedade me dá náuseas, minhas entranhas se comprimem e eu me sinto fora do comum, mas, o que realmente é comum? Eu estou do lado de cá, não é? No exílio que construímos pelo simples fato de não querer seguir regras, então merecemos os acentos da frente.
Não é ousadia, isso se chama coragem. Se você tem coragem, cale a boca e não se mostre, ainda não é tempo. Mas se é um covarde com rédeas em seus olhos, certo, estude as estatísticas e continue nessa vida cheia de regras sobre o que você deve ou não fazer pra terem admiração por você.
Os ladrões de hoje em dia usam ternos e roupas de grife. Os mocinhos, bom, eles não enxergam, eles te julgam pela sua aparência, pelo seu modo de falar.
Você é negro? tatuado? Gay? Trans? Então erga a cabeça e tenha coragem, grite alto, liberte-se, você não precisa aceitar esse exílio que nos proporcionaram apenas por sermos diferentes. Olhe só, estamos todos sem algemas e com um sorriso no rosto, isso já não é o suficiente?
Bom, é que enquanto vocês nos encaram e enxergam pecado, quando eu me encaro no espelho eu me encho de orgulho, e o nosso ego já se satisfaz com o simples fato de podermos sorrir ao encontrar alguém como nós, alguém que tenha coragem.