sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A carta (Aquela que eu nunca enviaria)

Olá, eu queria te contar que já faz sol aqui dentro e os passarinhos cantam todas as manhãs me acordando com vontade de tomar um leite com Nescal ainda que eu esteja meio sonâmbula. Os dias andam correndo e eu não consigo ainda acompanhar. Eu tenho pernas pequenas e finas demais pra aguentar correr tanto quanto o tempo corre, se é que você me entende.
Mas olha, vou te contar a maior: Eu já consigo até sorrir. E a maior ainda maior é: É um sorriso pra mim.
Certo dia observei o céu, mas haviam fios e postes impedindo que eu tivesse uma visão limpa e clara das estrelas. Quem sabe se eu estivesse deitada em um campo aberto eu pudesse apreciar melhor aquela vista, e, até mesmo, ver algumas estrelas cadentes caindo?
Não sei se você sabe, mas há pessoas em nossas vidas que servem apenas de fios e postes. Não entendeu? Preste atenção: Há pessoas que nos impedem, e você sabe disso. Impedem de enxergar, de andar pra frente.
Do meu mundo, eu sei bem sobre ele, e isso já está de bom tamanho. Não preciso de rodas gigantes e tampouco de uma montanha russa pra sentir o sangue ferver e se acalmar. Eu preciso mesmo é do vento. Ele é fantástico, não acha? É invisível, mas tem o poder de tocar. Refresca e também faz sentir frio, mas não deixa de ser fantástico.
E bom, você quer saber da maior? Aqui vai: Pude descobrir isso tudo sozinha, enquanto você se fazia de poste na minha frente tentando tampar os meus olhos. Deixe de ser um poste e mecha-se, antes que eu pegue todas as estrelas cadentes e as guarde somente pra mim.

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