quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Um passeio de Titanic.

Eu nunca entendi e tampouco tentei compreender o fato - mesmo estando em meio a uma multidão - do quão sozinha eu me sentia.
Busquei pela presença do presente que poderia se estender até um futuro talvez incerto, mas incerto sou eu, tão inconstante e confusa.
Baixei os olhos e fitei meus próprios pés, percebi o quão pequenos eles eram pra tanta caminhada.

Pude perceber logo, antes daquele "tarde demais" que os meus olhos já não são os mesmos, que a minha pele envelhece a cada dia enquanto fios de cabelos caem dando lugar a outros fios que vão nascer.
Senti-me com frio, mas estava calor. Olhei pro lado de dentro e bati de frente, antes mesmo que eu pudesse me desviar, num Iceberg que me racharia ao meio e me afundaria naquelas águas gélidas do oceano que corre em minhas veias.
Talvez eu pudesse me segurar num pedaço qualquer de gelo quebrado que flutua sob mim, mas era escorregadio demais, gelado demais, intenso demais para que eu fosse capaz de agarrar com força e me salvar da hipotermia.

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